Mais um pequeno artigo dedicado aos interessados no assunto.
“A coisa mais difícil quando se escreve é saber o que escrever.” (Syd Field)
Escrever é um processo experimental. É uma aventura. É uma terapia. É uma ferramenta de auto-conhecimento e de interação com o mundo circundante. Escrever é enfrentar-se, colocar-se diante das próprias limitações e ilimitações. É um exercício de humildade. Também é um jogo de perguntar e responder!
Escrever é para qualquer um.
O dicionário é claro ao estabelecer: “Escritor: aquele que escreve”. Ou seja, por definição, qualquer indivíduo alfabetizado pode ser um escritor. Isso significa, necessariamente, que para ser um escritor deve-se partir do princípio que é preciso escrever bem? Que todo escritor deve (ou deveria) escrever bem? Claro que não.
Um BOM escritor não nasce pronto e acabado. Ele se constrói com o escrever. A leitura de bons textos e autores, a prática e o exercício regular da escrita, a disciplina e o estudo contínuo é que preparam, moldam, e aperfeiçoam o escritor.
Só se aprende a escrever escrevendo.
Assim como não se aprende a nadar lendo artigos de natação, ou a dirigir folheando revistas de automóveis, a prática e o exercício da escrita são imprescindíveis para seu aprendizado. Ter uma idéia é muito bonitinho. Conheço muitas pessoas que têm muitas idéias. Colocá-las no papel, contudo, é que o grande desafio.
Todo bom escritor é, antes, um bom leitor.
Eu sempre digo aos meus alunos que o que você lê se reflete no que você escreve. Ler bons autores, ler sobre assuntos diversos, ler como aprimoramento da ferramenta de trabalho, ler para aquisição de conhecimento, enfim, ler e escolher bem a leitura ajudará o aspirante a escritor e o escritor iniciante a atravessar mais tranquilamente a primeira fase de seu desenvolvimento profissional, por se tratar de uma fase bastante truculenta e controversa em vista da dificuldade primária a se enfrentar: por onde eu começo? Essa resposta vem mais facilmente quando o hábito da leitura é tido como ferramenta de aprendizado.
O escritor não fala sozinho.
Quem não quer dizer, não diz.
Ou seja, o silêncio nunca é uma resposta do escritor. Dizer o silêncio é.
Nenhum escritor produz um texto somente para ele.
Escrever não é um ato de egoísmo. É, ao contrário, uma doação.
Jamais conheci alguém que escrevesse para si mesmo. Mesmo aqueles que escrevem para suas gavetas, parecem, de fato, nutrir o secreto desejo de que alguém acidentalmente descubra suas criações a fim de livrá-lo (ou livrá-la) da obscuridade. Mesmo que a notoriedade seja entre 'os seus', ela é sempre bem vinda. Não há quem não adore alguém que escreva lindos poemas, longas cartas, ou redações "super bem construídas"...
A escrita é, antes de tudo, um registro.
Foi concebida para ser um registro, surge, historicamente, com essa função primária, e, neste sentido, o ato de escrever, de registrar, é um ato de contribuição. É um ato de construção. Por isso, ao escrever, o escritor está doando. Porque está emprestando sua impressão e sua expressão a um registro que o transcende.
Um escritor jamais pode alegar que não é possível exprimir, por meio da escrita, o que ele sente ou o que quer dizer.
A ferramenta é a linguagem, a matéria-prima, a palavra. O escritor DEVE saber fazer uso da ferramenta para trabalhar a matéria-prima e o resultado é a produção eficiente da MENSAGEM.
Qualquer escritor pode desenvolver um bom texto? SIM.
Qualidade independe de talento.
Talento é um DOM. É uma capacidade inata. Você nasce com ela, ou não.
Qualidade é um OBJETIVO. É resultado de um processo.
Como produzir um bom texto independentemente do talento?
Conhecendo a matéria-prima e sabendo fazer bom uso da ferramenta. Em outras palavras: dominando a TÉCNICA (técnica: conjunto de procedimentos ligados a uma arte ou ciência; destreza, perícia em ação ou movimento).
Então existe técnica para se escrever um bom texto?
É claro que sim!
Fonte: http://www.quantaconversa.com/2009/04/como-comecar-escrever-um-livro-parte-2.html
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